Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Sobre o Colunista

Joias do Centro .
Joias do Centro .

/ atendimento@aredacao.com.br

Joias do Centro

Bené, o macaco siamang que canta na região central de Goiânia

Este é o único exemplar na América Latina | 12.09.25 - 14:30
Bené, o macaco siamang que canta na região central de Goiânia Foto: Rodrigo Obeid/A RedaçãoCarolina Pessoni
 
Goiânia
- Logo na entrada do Zoológico de Goiânia, um som grave e profundo ecoa pelo parque, surpreendendo quem passa. O canto parece sair de dentro da mata, mas vem de um único morador: Bené, o macaco siamang que há mais de uma década vive em uma das ilhas do lago e que guarda uma singularidade impressionante — é o único exemplar vivo da espécie em toda a América Latina.
 
Bené chegou em 2012, vindo do antigo minizoológico do Jaó. Na época, veio acompanhado do irmão, que infelizmente não resistiu. Desde então, tornou-se uma das figuras mais emblemáticas do parque.
 
“Cada animal tem suas particularidades e são atendidos de acordo com elas. O fato dele ser o único faz com que o cuidado seja voltado totalmente para suas necessidades. Ele tem dieta balanceada, recursos de enriquecimento ambiental para se desenvolver melhor, tudo voltado para o que há de melhor da espécie”, explica supervisora geral do Zoológico de Goiânia, Jamile França.


Bené é um dos animais mais visitados do Zoológico de Goiânia (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Com pelagem preta, brilhante e longa, braços que parecem não ter fim e olhos expressivos, Bené carrega a imponência de uma espécie rara. Mas é a bolsa inflável em seu pescoço que chama mais atenção: quando vocaliza, o ar enche essa estrutura e transforma o canto em algo poderoso, que pode ser ouvido a centenas de metros.
 
“O que diferencia o siamang de outros primatas é exatamente essa bolsa que ele tem na boca. Quando vai vocalizar, seja para se comunicar ou até para o acasalamento, ela infla e o som se torna extremamente alto. Ecoa no parque inteiro. As pessoas procuram, ficam admiradas, chama muita atenção”, conta Jamile.
 
Na natureza, os siamangs vivem nas florestas tropicais da Malásia, Indonésia e Tailândia, e podem ser vistos se deslocando rapidamente pelos galhos, graças aos braços compridos e fortes. Estão classificados como espécie ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), principalmente por causa da destruição do habitat e da fragmentação das florestas.
 
Em Goiânia, Bené se adaptou à vida solitária. Como ele já se acostumou a ficar sozinho na ilha, não há a pretensão de trazer um companheiro ou companheira agora. “É muito difícil encontrar outro exemplar por perto, e o mais importante é que o animal esteja em condições que o permitam viver bem aqui”, explica a supervisora.


Ilha em que Bené está instalado tem diversas atividades de enriquecimento ambiental (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Aos 21 anos, Bené está em plena maturidade. Em cativeiro, siamangs podem viver em média 30 anos, e a equipe do zoológico faz o possível para que ele mantenha a vitalidade. Alimentação variada, cuidados veterinários regulares e atividades de enriquecimento ambiental fazem parte da rotina. O resultado aparece no comportamento: ativo, curioso, ele vocaliza principalmente pela manhã e no fim da tarde e, não raro, quando percebe a chegada de muitas crianças, como se respondesse ao entusiasmo do público.
 
Para a equipe, acompanhar o dia a dia de Bené é mais que uma responsabilidade: é um presente. “É um privilégio, uma honra, porque conviver com um animal desses — raro de se ver, ameaçado de extinção — e poder observar seus hábitos, como se desenvolve e se comporta, é extremamente gratificante. A gente aprende muito e se sente honrado”, diz Jamile.
 
Bené é, ao mesmo tempo, lembrança de ecossistemas distantes e símbolo de singularidade do zoológico de Goiânia. Seu canto grave e poderoso rompe a rotina da cidade e transforma a visita ao parque em uma experiência inesquecível. “Ele é muito importante para o Zoo, não só em termos de plantel, porque é muito raro. Ele traz uma singularidade para o parque e emociona quem tem a chance de conhecê-lo”, resume a supervisora.


Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:

Sobre o Colunista

Joias do Centro .
Joias do Centro .

/ atendimento@aredacao.com.br

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351