Adele Lazarin
Do escritório do Fica
Cidade de Goiás - Integrando a programação da Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira) dentro do Fica 2013, foi realizada na noite de quinta-feira (4/7) uma apresentação com temática LGBTT no gramado do Museu das Bandeiras (Muban).
De acordo com o gerente da Diversidade da Semira, Danton Debbar, essa foi uma oportunidade para trazer pela primeira vez ao público do Fica a cultura e arte LGBTT e, com isso, conseguir uma abertura para essa cultura pouco difundida ganhar espaço em outros eventos culturais no Estado.
Antes da apresentação das artistas, Danton conversou um pouco com o público sobre as formas de expressão cultural do grupo LGBTT e citou a Parada Gay como uma “expressão de liberdade para poder viver como se é”. Ele também contou como as artistas drag queens costumam levar a sua arte a festas e boates e que “se travestem com indumentárias e glamour na hora de subir aos palcos”. Em seguida, Leleco Diaz e Waysla Blond subiram ao palco.
Shows
Leleco, ator com 30 anos de carreira, fez um tradicional show de transformistas, animando o público com três estilos de apresentação, mostrando toda a diversidade que esse estilo de espetáculo pode ter.
Em uma de suas performances, ele imitou Carmem Miranda e, em sua última apresentação, chamou atenção do público presente ao encarar com desenvoltura um pequeno erro técnico, transformando-o em parte do show.
Waysla Blond apresentou ao público uma manifestação artística bem difundida na cultura LGBTT e ainda desconhecida para muitos: o “bate cabelo”, que consiste em fazer a forma de um oito ou o símbolo do infinito com a cabeça ao dançar. Waysla explica que essa expressão surgiu com as batidas da música nas boates e que suas percussoras foram Márcio Pantera e Verônica Drag. Durante o seu show, Waysla levantou o público, que aplaudiu e vibrou o tempo todo.
Durante os intervalos, Danton conversou com a plateia sobre o movimento LGBTT. O público, bastante diversificado, se mostrou interessado e procurou participar.
Daianna Alves Pereira, Gracielle Soares e Josiely Gomes, estudantes de jornalismo de Barra do Garças, contaram que essa é a primeira vez delas no Fica e acharam muito bacana a apresentação LGBTT, pois também é uma forma de expressão cultural.
Elas ainda ressaltaram com interesse o local de escolha da apresentação. “O Museu das Bandeiras também hasteou a bandeira LGBTT”, apontaram.
Ao final dos shows, o público fez fila para tirar fotos com as artistas. Leleco comentou que foi um momento bastante agradável. "As pessoas daqui curtiram e isso é gostoso".
"Em alguns lugares ainda encontramos barreiras para nos apresentar e, na verdade, nossos shows deveriam ser encarados com naturalidade", disse Leleco. A artista também lembrou da época em que começou a se apresentar e como era difícil, pois não existiam lugares para se arrumar. “Hoje podemos entrar na casa das pessoas. Sinto-me uma vitoriosa”.
