A Redação
Goiânia - Após 12 anos do assassinato do advogado Davi Sebba, no estacionamento de um hipermercado no setor Vila União, em Goiânia, o processo criminal segue avançando. Nos últimos meses, os três policiais militares acusados pelo crime perderam seus recursos nas instâncias do Poder Judiciário no Estado de Goiás e também em tribunais superiores.
No caso do policial Jonathas Atenevir Jordão, autor confesso do homicídio, todos os recursos protocolados pela defesa foram negados, tanto no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), como no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O acusado não tem mais instâncias para recorrer e irá a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Já Edinailton Pereira de Souza e Luiz Frederico de Oliveira - os outros dois policiais envolvidos no assassinato, aguardam nova decisão no STJ e STF, após terem perdido no julgamento do recurso de embargos infringentes na Sessão Criminal do TJ-GO.
Nestes casos, o processo avança para que eles sejam julgados pelos crimes de homicídio, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo raspada (manipulação da cena do crime e implantação da arma), e de usurpação de função pública.
Relembre o Caso
O advogado Davi Sebba foi morto em 5 de julho de 2012 no estacionamento do supermercado Carrefour, em Goiânia. A vítima foi abordada por três policiais à paisana (PM2) quando fazia compras que seriam levadas à sua esposa na maternidade. Davi foi executado com um tiro no peito, que atravessou seu coração e causou sua morte instantânea.
O inquérito já havia concluído que o advogado foi executado sumariamente, já que não teve como se defender. Também concluiu que a arma com numeração raspada, encontrada no banco de passageiros de seu carro, foi plantada depois de o veículo colidir dentro de um estacionamento. O local do crime não foi preservado, com grandes alterações dentro do veículo e arredores, incluindo o recolhimento das cápsulas deflagradas pelos policiais.
A perícia indicou que as duas mãos de Davi Sebba estavam no volante do carro no momento do disparo, o que é confirmado pela trajetória do projétil que atingiu o tórax do advogado. Essas conclusões contrariam a principal alegação dos militares de que a vítima teria reagido e estaria com uma mão abaixada para supostamente pegar uma arma.
A família diz que, em que pesem todas as evidências e provas, a sentença proferida em 2017 foi flagrantemente parcial em favor dos policiais acusados. E que o juiz sequer fez menção ao conjunto probatório, ignorando as testemunhas de acusação e os laudos técnicos e periciais oficiais. Tratam-se, entre outros, dos laudos Cadavérico, de Local do Crime, de Pesquisa de Chumbo, e da Reprodução Simulada do Homicídio, todos apontando conclusões opostas ao teor da sentença proferida.
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