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Eleições 2014

Aguimar Jesuíno (PSB): "No Senado não cabe parlamentar classista"

Candidato concedeu entrevista ao A Redação | 19.08.14 - 21:09 Aguimar Jesuíno (PSB): "No Senado não cabe parlamentar classista" (Foto: Adriana Marinelli/A Redação)
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Na terceira entrevista com os candidatos a uma cadeira no Senado por Goiás, o jornal A Redação entrevistou, nesta terça-feira (19), Aguimar Jesuíno (PSB), da Coligação Participação Popular (PSB/PSC/PRP).
 
Aguimar falou sobre suas propostas de atuação no Senado e suas expectativas com a ascensão de Marina Silva a candidata à presidência da República. "Acredito que ela tem condição de ganhar as eleições, como vimos nas pesquisas já divulgadas."

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Confira os principais pontos abordados pelo candidato:
 
Segurança pública
"Em Goiás e no Brasil a segurança é uma questão de extrema gravidade, e essa gravidade é gerada por alguns fatores. O primeiro é a questão social, porque temos pouca formação cultural e educacional, e o segundo é a falta de gestão da segurança pública no país. O governo federal se omite da segurança pública porque constitucionalmente esse é um dever dos Estados, mas 70% dos recursos tributários são concentrados na mão da União, então é praticamente impossível resolver esse problema."
 
"Temos ainda a questão das drogas e tráfico de armas, mas não é culpa dos Estados, e sim da união que não fiscaliza as fronteiras. No âmbito estadual vemos que Goiás gere muito mal sua segurança pública. Temos três polícias (Militar, Civil e Técnico-Científica) desmotivadas, com baixos vencimentos, desvios de função, além de pouco investimento em tecnologia. "
 
"Hoje temos que usar essas ferramentas digitais a serviço da polícia. Poderíamos monitorar os principais focos dos crimes, mas precisaríamos de um serviço de inteligência forte, o que não temos. Há um descaso total com a segurança pública em Goiás e, como consequência, subimos no ranking da violência. Hoje andar pelas ruas de Goiânia é mais perigoso do que no Rio de Janeiro e São Paulo. "
 
"Eu defendo a PEC 51, que propõe a desmilitarização da Polícia Militar e a fusão das polícias sob um único comando. Além disso, precisamos usar as tecnologias para reduzir a taxa de criminalidade assustadora."
 
"Eu defendo a PEC 51, que propõe a desmilitarização da Polícia Militar e a fusão das polícias sob um único comando."
 
"Precisamos alterar também a legislação, aumentando o tempo de internação de menores infratores de três para o máximo de dez anos, ao invés de reduzir a maioridade penal. Outra proposta é que o criminoso que usar o trabalho de menores pra praticar crimes perca os benefícios e ainda receba aumento da pena de pelo menos 1/3. "
 
"Precisamos simplificar nossa legislação processual penal para que tenha um trâmite mais célere no Judiciário. Acho que os presos precisam ser recolhidos de maneira diferenciada de acordo com o seu crime, para termos condição de recuperá-los. Não temos estrutura no Brasil para isso, e a União não pode continuar se omitindo."
 
Juventude
"Se tivermos escolas de tempo integral efetivas, com educação técnica, científica e filosófica de qualidade, não teremos essa janela em que a criança fica disponível. Defendo também o currículo escolar unificado no Brasil, carreira unificada para professores, para que os cidadãos do interior tenham a mesma qualidade dos estudantes das capitais."
 
"Além disso, precisamos de uma política de cultura, com investimentos em teatro, música e práticas esportivas. Tudo isso contribui de maneira eficaz para que o jovem não fique livre para a criminalidade. É uma série de políticas públicas que devem ser aplicadas para que daqui a 20, 30 anos tenhamos esse salto de qualidade que os países desenvolvidos alcançaram. Um povo culto não é um povo violento."
 
Atuação no Senado
"Tenho 30 anos como advogado, 20 deles como advogado público. Essa minha experiência irá contribuir de maneira decisiva na atuação no Senado. Já trabalhei com direito tributário, sei que o país precisa de uma reforma tributária efetiva, utilizando instrumentos tecnológicos e digitais para atuar na arrecadação e na fiscalização, simplificando a quantidade de tributos. Isso não significa que vai diminuir a arrecadação, mas vai contribuir para diminuir a sonegação." 
 
"Também atuei na área trabalhista, então acredito que nossa CLT precise de reforma para simplificar a legislação sem mexer nos direitos dos trabalhadores, para que o custo das empresas seja reduzido. Minha experiência na advocacia poderia me qualificar para o debate da legislação penal, tentando tornar o processo mais célere."  
 
"Quero discutir também o novo Pacto Federativo no Brasil. A arrecadação tributária se concentra na mão da União, e quando os Estados e municípios precisam de recursos vão até Brasília, acabando por se submeter a troca de favores. Acho que isso não cabe num país como o Brasil. Os municípios e Estados devem ter mais recursos, ser menos dependentes do governo do federal. O Senado é a casa para criar o contraponto, para que os Estados mais pobres possam se articular." 
 
"Não precisamos de um senador que defenda os interesses dos médicos ou latifundiários, e sim de alguém que defenda a saúde. "
 
"Minha posição é defender os interesses do povo e Estado de Goiás, estar ao lado do cidadão. Na Câmara cabe deputado classista, no Senado não. Não precisamos de um senador que defenda os interesses dos médicos ou latifundiários, e sim alguém que defenda a saúde. Nossos políticos querem discutir cargos e favores, não pensam esses grandes temas, por isso não se sobressaem."
 
"Para mudar esse panorama precisamos de uma reforma política ampla. Defendo a reforma política proposta pela OAB, que propõe as eleições em dois turnos: no primeiro se vota em partidos e programas, no segundo vota-se em candidatos. Isso fortalece partidos e democracia, discutindo ideias e programas no primeiro turno, o que hoje não é feito, fazendo coligações verticalizadas, colocando a obrigatoriedade dos candidatos no debate sob pena de cassação da candidatura, além do financiamento público de campanha para proibir que as grandes empresas se apropriem do governo, fica muito mais barato para o país do que permitir que esse problema de corrupção política e eleitoral se perdure. É um dos instrumentos para coibir a corrupção." 
 
"Defendo a reforma política proposta pela OAB, que propõe as eleições em dois turnos: o primeiro se vota em partidos e programas, no segundo vota-se em candidatos."
 
Pesquisas
"A estratégia é trabalhar a cara nova. Os meus três principais concorrentes exercem mandatos, alguns por vários e vários mandatos, e foram testemunhas ou coadjuvantes  da piora de áreas como saúde e segurança pública no estado. Eles cuidam dos interesses partidários e não da população. Minha função é discutir princípios, ideias, ações de diversas correntes para fazer um trabalho em prol do estado, independente de qual governador seja eleito." 
 
"O meu nome é desconhecido da população geral, sou conhecido na área jurídica, nunca disputei mandato. Eu sou uma pessoa que, por estar estarrecida com tudo isso que ocorre entre a população e os políticos, entrei para fazer diferente. Uma pesquisa mostrou que 70% das pessoas queriam pessoas novas na política e eu me ofereci."
 
"Eu sou um candidato para ser porta-voz desses descontentes, para vir para o debate discutir ideias e princípios de maneira mais detalhada possível. Esses políticos velhos que eu estou combatendo estão concorrendo para disputar cargos e fazer negócios. E nesse balcão de negócios o povo fica do lado de fora." 
 
"Por estar estarrecido com tudo isso que ocorre entre a população e os políticos, entrei para fazer diferente. "
 
Mobilidade urbana
"Acho que é outro ponto que a União está omissa no Brasil. A União dá isenção tributária para indústrias automobilísticas e não dá incentivo tributário e fiscal pro transporte público. É uma inversão de valores." 
 
"Os países mais desenvolvidos priorizam o transporte público, em detrimento do transporte privado. Todas as capitais mundiais que melhoraram a questão do transporte público, subsidiam o transporte público de qualidade. Tirando carros da rua, o país está economizando. É uma questão de opção e o setor das indústrias automobilísticas tem muita influência na política brasileira atualmente."

"Eu proporia tarifa zero, subsidiada pela União, para os estudantes e os beneficiários dos programas sociais do governo em todo o país, fazendo um planejamento estratégico no Brasil para ter um transporte de qualidade com tarifa zero ou quase zero para toda a população. O governo federal está omisso nesse debate. Isso mantém a cidade mais limpa, promove o desenvolvimento sustentável." 
 
Marina Silva 
"Sou candidato a senador por indicação da Marina, com aval do Eduardo Campos. A Marina é uma das poucas políticas do Brasil que consegue fazer esse diálogo com os setores que estão descontentes com todo mundo. Com a ascensão da Marina a candidata, já vimos uma movimentação dos votos nulos, brancos e abstenção para a Marina, porque ela dialoga com esse público." 
 
"Torço por Renata Campos como vice [de Marina Silva]. Uma chapa com duas mulheres seria inédito, elas conseguiriam fazer uma faxina política em Brasília."
 
"Acredito que ela tem condição de ganhar as eleições, como vimos nas pesquisas já divulgadas. A morte prematura de Eduardo Campos mudou completamente esse panorama político. Acho que pode haver uma migração de votos dos dois principais candidatos para a Marina a partir do início dos debates, porque ela não tem que ficar prestando contas dos desmandos do passado, ela pode fazer uma discussão política, apresentando uma perspectiva nova, incorporando o que há de bom dos dois partidos que já governaram o país, mas fazendo a alternância de poder. Muito tempo no poder deforma as pessoas."
 
"Defendo a alternância de poder, o fim da reeleição e mandato de cinco anos para todos os cargos. [...] Muito tempo no poder deforma as pessoas."
 
"Defendo a alternância de poder, o fim da reeleição e mandato de cinco anos para todos os cargos, inclusive o Senado. Precisamos reformar o estado brasileiro, não vamos fazer isso com esses velhos pensamentos e velhas políticas." 
 
"Torço por Renata Campos como vice. Uma chapa com duas mulheres seria inédito, elas conseguiriam fazer uma faxina política em Brasília e nós estamos precisando disso. A Dilma começou bem, depois sucumbiu aos feudos do PT e seus aliados. Será uma mudança boa porque já está complicado esses 12 anos do PT no comando do país."
 
Redes Sociais e internet
"Acho a internet uma das coisas mais formidáveis, é uma ferramenta que aprimora a democracia. Dá pra ouvir a população por esse meio, fazer consultas rápidas sobre vários temas do país. Nós precisamos criar no Brasil mecanismos para que projetos de lei de iniciativa popular possam arrecadar assinaturas pela internet." 
 
"Vejo no futuro a possibilidade de eleições pela internet, completamente digitais, de maneira segura. A pessoa poderá votar sem interferência de cabo eleitoral, sem enfrentar trânsito. São tecnologias que a humanidade está desenvolvendo para construir mais a democracia e de maneira muito ágil. Eu defendo uma democracia digital, que caminhemos nesse sentido. Não proponho o fim do Congresso ou uma democracia representativa, mas seria um meio a mais de participação popular." 
 
"Eu acho que nessas eleições a internet e as redes sociais vão ter uma participação importante. A internet e as redes sociais são usadas para fazer suas comunicações, mas ainda há uma limitação para que todos tenham acesso. Acredito que a televisão ainda seja determinante, mas sem dúvida é um instrumento bastante eficaz, e acredito terá um papel importantíssimo pois há essa migração do público para os novos meios. Acredito que no futuro vai tomar o lugar da televisão."
 


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