Carolina Pessoni e Mônica Parreira
Goiânia - O superintendente da Polícia Judiciária da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Deusny Aparecido Silva, afirmou nesta quinta-feira (16/10) que Tiago Henrique Gomes da Rocha, suspeito de matar pelo menos 39 pessoas em Goiânia, cometia os crimes sem motivação específica, já que ele não tinha relacionamento com nenhuma das vítimas.
"Ele disse que precisava matar para acalmar sua raiva. Tinha raiva de quem? Do mundo, de tudo", afirma Deusny.
O depoimento foi dado na madrugada de quarta-feira (15), após a prisão de Tiago. Confira um trecho da transcrição, divulgado pela Polícia Civil:
(Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Goiás)
(Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Goiás)
(Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Goiás)
(Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Goiás)
O superintendente diz que, apesar de não conhecer as vítimas, Tiago descreve os crimes com "riqueza de detalhes ímpar". "Obviamente ele não lembra o nome de todas, mas conta detalhadamente, enumerando as vítimas."
Deusny destacou ainda que o suspeito começou seus crimes em 2011 e que a primeira vítima teria sido um homem. "A primeira vítima foi Diego, um garoto que desapareceu na região na Praça da Bíblia. Ele teria enterrado o corpo desse rapaz, que devia ter entre 15 e 16 anos na época, e infelizmente nunca conseguimos encontrar um caminho para essa investigação."
A polícia acredita que possam existir mais vítimas do que já foi apurado até agora. Segundo informações do superintendente, a Polícia Civil está trabalhando para identificar fatos correlacionados. "Vamos ver os crimes com o mesmo perfil, com as mesmas características, e tentar, com isso, confrontar as declarações dele com outras provas que já temos no inquérito para visualizar se ele seria o autor", destaca.
(Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Goiás)
Serial killer
Questionado sobre a sequência de mortes caracterizarem o suspeito como um assassino em série, Deusny preferiu não dar um parecer. "Agora eu sei que uma pessoa matou várias outras desmotivadamente, por problemas de personalidade. Se isso é caracterizado como serial killer, nossos colegas da área da psiquiatria vão dizer. A minha posição é de investigação."
Sobre as vítimas, o superintendente destacou que ele não tinha um padrão. "Ele começou com homens, passou para moradores de rua e depois resolveu passar para mulheres. Entre um e outro ele matava outras pessoas, como o fotógrafo Mauro e o estudante Pedro Henrique."
Deusny destacou ainda que as balas já passaram por perícia, que indicou "confronto positivo" em seis vítimas. "Esta é a arma utilizada para matar essas seis mulheres, no mínimo."