“Só podia ser mulher!”. Essa frase costuma ser dita com tons carregados de machismo em situações adversas que envolvem o sexo feminino. Mas quer saber? Só podia ser mulher mesmo! Afinal, as mulheres representam aproximadamente 51% da população brasileira e lutam diariamente contra a violenta cultura do machismo, por igualdade de direitos, e espaços de poder e representação na sociedade.
Elas são chefes de família e mães, são profissionais, líderes, gestoras, engenheiras, médicas, professoras, ocupam espaços antes negados a elas. Em 2019, 54,5% dos lares possuíam a participação das mulheres na força de trabalho, além de se dedicarem aos afazeres domésticos, que, em números, representam 21,4 horas contra 11 horas dos homens, por semana.
Segundo o Censo da Educação Superior de 2016, as mulheres representam 57,2% dos estudantes matriculados em cursos de graduação no país. Apesar de ainda serem minoria em cursos de exatas, esse número vem crescendo. Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 21,6% de mulheres matriculadas nas áreas de engenharia e profissões correlatas.
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia relaciona mais de 195 mil mulheres registradas, o que equivale a aproximadamente 19% dos profissionais. Em Goiás, são 16.423 profissionais registradas.
O Governo do Estado de Goiás, por meio da Agência Goiana de Habitação (Agehab), executa as políticas públicas de habitação de interesse social do Estado, atuando na construção e reforma de moradias e equipamentos comunitários, e regularização fundiária urbana.
Destacam-se os profissionais de Engenharia Civil e Arquitetura como pilares das ações desenvolvidas pela Agehab, atuando nas áreas de gestão, elaboração de projetos, orçamentos, fiscalização de obras, entre outras atividades. Hoje, são 14 mulheres, engenheiras e arquitetas, à frente destas ações.
Outro fator relacionado às mulheres e ao desenvolvimento de políticas públicas de habitação está na portaria n° 2.081 de 2020, que prevê melhor pontuação para mulher na condição de responsável familiar. Isso também ocorre para concessão do subsídio em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Governo de Goiás, amparado pela lei n° 14.542 de 2003. Ações como estas visam minimizar dificuldades enfrentadas por mulheres provedoras exclusivas da família em ter acesso à moradia digna.
As políticas públicas de habitação também fomentam a indústria da construção civil, gerando empregos diretos e indiretos. Nos últimos dez anos, estima-se que a absorção de mulheres neste mercado cresceu em torno de 50%. Atualmente, são mais de 200 mil mulheres atuando no ramo, o que representa cerca de 10% da mão de obra no setor. Por meio das ações executada pela Agehab, nestes dois anos de gestão Ronaldo Caiado, foram gerados mais de 17 mil empregos no Estado.
É inegável a importância das mulheres na construção desse cenário. Elas atuam nos dois lados da relação, como beneficiárias prioritárias e também como gestoras, executoras e trabalhadoras da construção civil.
As mulheres são assim, destemidas, cuidam e sustentam uma família, trabalham no que querem, são capazes de aprender e executar qualquer tarefa. Que sejam cada vez mais reconhecidas em suas necessidades e singularidades, apoiadas e valorizadas!
*Fabiana Barbosa de Resende Souza é mestre em construção civil e engenheira civil da Agência Goiana de Habitação (Agehab)