Carolina Pessoni
Goiânia - Nem todo mundo sabe, mas o Centro de Goiânia conta com alguns becos espalhados por diversas localidades da região. As ruas estreitas em alguns são usadas como estacionamento, mas em outros surpreende com as artes nos muros e até teatro aberto.
Um dos mais famosos de Goiânia, o Beco da Codorna tem entrada pela Avenida Anhanguera, entre a Avenida Tocantins e Rua 9. O local, que tem na outra ponta uma das entradas da Galeria do Cine Ouro, já foi palco para diversos eventos culturais da cidade.
Entre as atividades que já foram desenvolvidas ali, estão exposições, execuções de murais e até mesmo atividades circenses. No beco funcionava também a Associação dos Grafiteiros de Goiás (AGG), que foi responsável por boa parte das artes desenhadas nos muros.
A designer e professora Camila Gomides fez seu ensaio de pré-wedding no Beco da Codorna em 2017. A entrevistada conta que ela e marido, o fotógrafo Victor Mileo, escolheram o local por gostarem de arte urbana. "O beco tem a ver com nosso estilo. Optamos por lá por ser um local aberto, colorido e cheio de arte", diz.
Camila e Victor fizeram seu ensaio de pré-wedding no Beco da Codorna (Foto: André Kerygma)
Para ela, essa ocupação do Centro é uma forma de chamar os goianienses para a origem da cidade. "Ao mesmo tempo, é possível modernizar o que ficou defasado pelo tempo e pela falta de cuidado".
Camila diz ainda que as intervenções artísticas trazem mais colorido à localidade, o que pode atrair as pessoas para conhecerem mais sobre a região. "Os grafites e pinturas tiram um pouco do cinza da cidade, chamam a atenção e, ao mesmo tempo, homenageiam elementos. Isso tudo alegra o dia a dia, nos faz observar melhor o espaço que vivemos e moderniza a cidade", pontua.
O jornalista Sérgio Areda mora no Centro há cinco anos e admira as artes estampadas pelos becos. "Muitos deles poderiam ser apenas locais cinzentos e sem graça, que passariam despercebidos por qualquer pessoa, mas a arte, em forma de grafismo, chama atenção e desperta a curiosidade. No meu caso, gosto das cores, do 'movimento' que os desenhos dão aos muros e a história, impressa nos grafites", afirma.
O jornalista Sérgio Areda considera os becos do centro locais de expressão de arte (Foto: Arquivo pessoal)
Para ele, a ocupação do centro da cidade é uma forma de inclusão e que merece incentivo, porque os artistas que usam os grafismos como forma de expressão encontram nos paredões telas onde podem colocar sua arte. "E não é só isso! Quando a gente aprende a analisar o grafite, percebemos que sempre há uma história por trás dos traços. Seja em forma de protesto ou simplesmente retratar uma situação cotidiana, esses desenhos aqui no Centro sempre têm algo a dizer, cabe ao cidadão ter a percepção e entender a mensagem", ressalta Sérgio.
Quer conhecer pessoalmente os becos do centro? Veja abaixo uma lista dos principais:
- Beco da Codorna
- Beco da Rua 3
- Beco da Rua 7
- Beco entre as ruas 4 e 5 (próximo à Avenida Goiás)
- Beco entre a Rua 20 e a Rua 24
- Beco da Rua 24-A
- Beco da Cultura (Rua do Lazer)
- Beco do Esporte
A coluna Joias do Centro tem o apoio da Sim Engenharia
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(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
