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Instituto Educacional Emmanuel destaca valores humanos em Goiânia há 66 anos

Colégio está situado no Setor Sul | 03.11.23 - 08:10
Instituto Educacional Emmanuel destaca valores humanos em Goiânia há 66 anos Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - No Setor Sul, região central de Goiânia, está uma das escolas mais antigas e tradicionais da cidade: o Instituto Educacional Emmanuel. A unidade de ensino foi fundada em 3 de outubro de 1957, na Vila Nova, pela Tenda do Caminho, uma entidade de caráter assistencial e educacional. O primeiro nome do colégio foi Ginásio Emmanuel da Tenda do Caminho. O nome da escola é, inclusive, em homenagem ao espírito de Emmanuel, que tem inúmeros livros publicados por meio de psicografia de Chico Xavier. 
 
A professora Marta Lúcia Marques, que atua na escola desde 1983, conta que a unidade escolar foi construída com o ideal de atender jovens que não podiam pagar para estudar e com o objetivo de exaltar os valores humanos. "O grupo fundador foi até Uberaba conversar com Chico Xavier para explicar quais eram os objetivos e como seria esse ensino, já que não se pode lecionar o Espiritismo em uma escola. Foi uma reunião de 12 horas, mas os representantes do grupo saíram de lá com uma resposta positiva", lembra.
 

Fachada antiga do Instituto Educacional Emmanuel (Foto: Reprodução/Acervo IEE)
 
A inauguração do colégio contou com uma palestra de Divaldo Franco, renomado e reconhecido palestrante do meio espírita. Com a escola implantada, mas sem verba suficiente, os funcionários da escola trabalharam mais de um ano como voluntários no colégio que oferecia ensino de 5ª à 8ª série.
 
Apesar da vontade de manter a escola, o grupo não possuía recursos, então realizava eventos, bailes, bingos e rifas para angariar verba para a construção do prédio. No Setor Sul estava em construção o Posto do Auxílio Espírita (PAE), que, por meio de um acordo, cedeu parte do terreno para a escola em troca de auxílio para construir a creche do grupo.
 
Marta Lúcia conta que, além de ações beneficentes, a construção da escola contou com muitas doações. "Foram muitas pessoas engajadas. Colombino Augusto de Bastos doou a planta da construção, Olinto Manso Pereira e Francisco Scartezini doaram lotes que foram vendidos para angariar recursos. Um dos construtores de Goiânia, Jerônimo Coimbra Bueno, fez doações para a escola. E até mesmo o presidente Juscelino Kubitschek, em uma vinda a Goiânia, prometeu que doaria uma Kombi e valores em dinheiro, mas nunca cumpriu a promessa", conta aos risos.
 
Em 1962 foi possível a mudança para a nova sede, no Setor Sul, onde a escola permanece até hoje. Também neste ano, o nome foi alterado para apenas Ginásio Emmanuel, quando a entidade mantenedora também alterou sua denominação de Tenda do Caminho para Irradiação Espírita Cristã.
 

Da esquerda para a direita: Allan Kardec, Jesus Cristo e Emmanuel (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Nesta época foi firmado o convênio com a Secretaria de Educação do Estado, que passou a remunerar os professores e funcionários da instituição. Com aulas para o chamado Ginasial (5ª à 8ª série) nos três períodos - manhã, tarde e noite -, a maioria dos alunos era formada por adolescentes e adultos de baixa renda. 
 
A denominação atual - Instituto Educacional Emmanuel (IEE) -  se deu em 1977, quando o Ginásio Emmanuel foi integrado à Escola de 1º Grau Humberto de Campos, que ministrava ensino de 1ª à 4ª série. O curso noturno seguiu até 1986, com turmas de 5ª a 8ª séries. "Tinha crianças que estudavam de manhã e os pais à noite. Era uma coisa bonita de se ver", lembra Marta.
 
Com o tempo, a escola sentiu a necessidade de construir um auditório. "Novamente, não havia recursos, então foram em busca de mais doações. Francisco Scartezini doou mais terrenos para serem vendidos e o engenheiro Mário Lúcio Sobrosa conduziu voluntariamente a obra. Por isso, nosso auditório homenageia essas duas figuras tão importantes para a escola", conta a professora.
 

Lançamento da pedra fundamental do auditório (Foto: Reprodução/Acervo IEE)
 
Com muitas doações e esforço conjunto, o auditório foi construído e inaugurado em 1979. Com capacidade para 550 pessoas, o local comporta eventos culturais, assembleias de alunos, reuniões de pais e formaturas da escola.
 
A escola, entretanto, não oferecia apenas aulas do ensino regular. Os alunos contavam com atendimentos odontológico e psicológico gratuitos, curso de datilografia em parceria com o Senac, além de alimentação e orientação educacional, serviços oferecidos até os dias de hoje.
 
A estrutura do colégio tem ainda quadra poliesportiva, laboratório de informática, biblioteca e um bloco de salas com espaço para artes, música e recreação. "Fomos nos modernizando e hoje todas as salas de aula contam com data show, implantamos o reforço escolar no contraturno, sempre com a preocupação de valorização do ser humano. Em todas as obras que foram feitas, um Evangelho Segundo o Espiritismo foi colocado na pedra fundamental, para erguermos tudo com base sólida em nossos valores", explica Marta Lúcia.
 
Atualmente a escola tem cerca de 900 alunos, do 1º ao 9º ano, com turmas do 1º ao 6º no período vespertino e do 6º ao 9º no matutino. O convênio com a Secretaria de Estado da Educação será encerrado no fim de 2023, mas uma nova parceria, desta vez com a Secretaria Municipal de Educação, já está em negociação.
 

Alunos em aula no Instituto Educacional Emmanuel (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Marta, que atua há 40 anos no IEE, conta que ela e a escola viram muitas mudanças acontecerem na região. "A gente viu o bairro crescer, acompanhamos tudo de perto, como a construção da Avenida Cora Coralina aqui na porta da nossa escola."
 
Tia Marta, como é carinhosamente chamada pelos alunos, começou a atuar na escola lecionando as disciplinas de História e Educação Moral e Cívica no curso noturno e nunca mais saiu. "Eu gosto de estar com as crianças, com os adolescentes. Esses meninos me ensinam demais. É um lugar onde aprendi muito no contato com pessoas que têm vocação para ensinar, cuidar, entender as crianças", exalta.
 

Marta Lúcia Marques atua no Instituto Educacional Emmanuel desde 1983 (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Ela conta que é comum que filhos de ex-alunos estudem na escola e que isso acontece há muitos anos. “Nos tornamos uma escola muito tradicional. Sempre que vou para o portão na saída dos alunos, passo boa parte do tempo tirando fotos com os pais, que estudaram aqui também”, diz orgulhosa.
 

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