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Carolina Pessoni
Carolina Pessoni

Jornalista formada pela UFG, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing também pela UFG / carolina.pessoni@aredacao.com.br

Joias do Centro

Ocupa o Centro transforma Rua 8 em palco de convivência, cultura e história

Projeto começou a valer há uma semana | 22.08.25 - 15:48
Ocupa o Centro transforma Rua 8 em palco de convivência, cultura e história Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - O Centro de Goiânia, tantas vezes citado como palco da fundação da capital e coração de sua vida cultural, passa por um novo capítulo de transformação. Desde a última sexta-feira (15), o trecho da Rua 8 entre a Avenida Anhanguera e a Rua 4 passou a ser fechado para veículos em dias e horários determinados, abrindo espaço para pedestres, famílias, artistas e frequentadores. A iniciativa integra o projeto Ocupa o Centro, criado por lei da vereadora Aava Santiago e implementado pela Prefeitura de Goiânia.
 
A interdição ocorre às sextas-feiras e sábados, a partir das 18h, e durante todo o dia aos domingos e feriados. A medida não apenas muda a dinâmica do tráfego, mas ressignifica um espaço histórico de convivência. Com bares tradicionais e novos, além de um dos cinemas mais antigos da Capital ainda em funcionamento na cidade, a Rua 8 ganha nova vida ao se tornar novamente ponto de encontro para cultura, lazer e experiências urbanas.
 
Segundo a vereadora Aava Santiago, que apresentou o projeto ainda em 2021, a lei nasce do movimento espontâneo que já vinha acontecendo na região. Produtores culturais, empreendedores e o público ocupavam a Rua 8 de maneira orgânica, apesar das dificuldades impostas pelo trânsito, pela segurança e pela falta de infraestrutura.
 
“A importância da lei Ocupa o Centro já pôde ser sentida logo nas primeiras 48 horas de aplicação, quando comerciantes relataram cerca de 5 mil pessoas circulando pela Rua 8 no sábado, apenas um dia após a primeira noite de funcionamento”, contou a vereadora. 
 

Projeto Ocupa o Centro pretende levar cultura e lazer para a região (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Ela destaca que a iniciativa do poder público se soma ao esforço da sociedade civil, fortalecendo uma vocação que já existia: “Muita gente fala em revitalizar o Centro, mas ele já pulsa há anos pela coragem dos empreendedores e pela vontade popular. O que faltava era o apoio da Prefeitura para garantir trânsito organizado, segurança e limpeza, condições que os produtores culturais não podiam oferecer por conta própria”.
 
Para o prefeito Sandro Mabel, o projeto representa uma oportunidade de reorganizar o uso do espaço urbano, priorizando pessoas em vez de carros. “É um novo jeito de viver e aproveitar essa região. A rua era aberta ao trânsito, e os carros buzinavam para quem estava se divertindo. Agora, o espaço fica mais tranquilo, seguro e acolhedor. Eu acredito que as pessoas vão se divertir mais”, disse.
 
Além do fechamento ao tráfego, o prefeito também tem destacado a importância de ações de requalificação visual e estrutural. Ele citou a necessidade de preservar o patrimônio arquitetônico Art Déco e de buscar parcerias para melhorias urbanas, como a instalação de fiação subterrânea em algumas ruas. “Nós temos que reavivar o Centro, trazendo mais gente para cá, organizando as fachadas e mostrando a beleza desse lugar que é a cara de Goiânia”, afirmou.
 
Mais que lazer: economia, cultura e identidade
A Rua 8 carrega um simbolismo especial. Durante décadas, foi endereço de encontros, ponto de efervescência cultural e também cenário de transformações da cidade. Hoje, volta a ser palco de uma política pública que une memória e futuro.
 
A legislação que criou o Ocupa o Centro estabelece que o espaço poderá receber manifestações culturais, artísticas e esportivas, sempre com autorização da secretaria responsável. Também abre possibilidade para parcerias entre o poder público, empresas e sociedade civil, permitindo a instalação de banheiros químicos, geradores e mobiliário urbano temporário.
 

Bares investem em arte urbana como parte da decoração e integração com a Rua 8 (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Essa infraestrutura busca garantir conforto para quem ocupa a rua e criar condições para que o local se mantenha como ambiente de convivência democrática. “É estratégico porque é acessível, com várias linhas de ônibus ao redor, porque é democrático e garante, sobretudo, o direito à cidade. Esse modelo de cidade que queremos é aquele em que as ruas sejam mais das pessoas”, reforça Aava Santiago.
 
O Ocupa o Centro é visto como porta de entrada para uma transformação mais ampla. Sandro Mabel tem afirmado que a requalificação da região será conduzida de forma integrada com a iniciativa privada, de modo a estimular tanto a ocupação habitacional quanto o fortalecimento do comércio e da economia local.
 
“Queremos um Centro vivo, moderno e com a cara dos goianienses, reunindo comércio, moradia, cultura e lazer em um ambiente seguro, acessível e atrativo para todos”, declarou o prefeito em evento recente. Entre as ações previstas, está em estudo o calçamento do trecho da Rua 8, entre a Avenida Anhanguera e a Rua 4, assim como já acontece no espaço entre a mesma avenida e a Rua 3, conhecido há anos como Rua do Lazer.
 
O projeto se conecta a uma proposta em que o Centro volta a ser motivo de orgulho: um lugar para morar, trabalhar, circular e celebrar a identidade cultural de Goiânia. E foi o que atraiu as amigas Vanessa José Pires e Ana Maia para o happy hour na região pela primeira vez.
 
 

Música ao vivo é um dos atrativos dos bares da região (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Vanessa considera o projeto de extrema importância, pois traz movimento à região, o que fazia falta. "Há ainda um medo, um receio de vir para o Centro. Eu trabalho aqui e vejo isso", ressalta. Por isso, a representante comercial valoriza o resgate da região. "Vi várias matérias falando que a região vai receber projetos novos, culturais e com certeza a gente aguarda por isso."
 
Para Ana, voltar a frequentar o Centro também para o lazer faz parte de sua memória de infância. "Eu sou goiana de nascença, então, cresci frequentando essa rua, que era um sossego. Mas, com o tempo, a gente criou uma imagem de perigo e risco, e nunca mais viemos", rememora.
 
Ela reforça que o movimento da região, além de lazer e cultura, traz também segurança. "É um ótimo ponto de partida. Eu sou muito nostálgica, gosto muito desse tipo de diversão. Para mim, esse é o caminho e só tem a dar certo", afirma.
 

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