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História do Clube dos Oficiais vai da "última rua" ao coração de Goiânia

Espaço foi fundado há quase 65 anos | 23.08.24 - 12:12

Foto: Rodrigo Obeid/A Redação

História do Clube dos Oficiais vai da "última rua" ao coração de Goiânia

Foto: Rodrigo Obeid/A Redação

Carolina Pessoni

Goiânia - No final da década de 1950, o que era considerado o fim da cidade de Goiânia e um local distante do Centro se transformou em um dos clubes mais tradicionais da cidade. O Clube dos Oficiais, situado no Setor Sul, encontra-se hoje em uma região de prestígio, cercado por grandes empreendimentos, mas preservando sua essência original.

Fundado em 31 de outubro de 1959 por iniciativa do então Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Demerval de Morais Brito, o Clube dos Oficiais surgiu como o centro recreativo da Associação dos Oficiais de Goiás (Assof). O decano da época, coronel Lindolfo Emiliano dos Passos, foi o primeiro presidente escolhido para liderar o clube.

(Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

A área onde o clube foi estabelecido foi doada por Mauro Borges, na época governador, para diversas entidades. "Ninguém queria aquele espaço. Era uma área perigosa e pantanosa, a última rua da cidade, onde ficavam os currais para animais sem identificação. O centro parecia muito distante", recorda o diretor de Eventos Sociais e Comunicação da Assof, coronel Reno Julius Mesquita.

O Clube dos Oficiais foi criado com o objetivo de fortalecer os laços de união e solidariedade entre os oficiais da Corporação Policial Militar. Na época, o Corpo de Bombeiros ainda não era uma instituição independente e todos os oficiais pertenciam à mesma corporação.

(Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

"Na fundação, também se visou defender os interesses e direitos dos sócios, incentivar manifestações cívicas e patrióticas e preservar a cultura e tradições goianas, visto que estávamos presentes em quase todas elas como testemunhas oculares por gerações", enfatiza o diretor.

No início da década de 1990, com a separação das gestões da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar, o clube passou a ser denominado Clube dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás. Alguns anos depois, em resposta a uma interpretação jurídica que considerava o clube uma entidade recreativa e não classista, foi proposta uma mudança de nome.

"Na época, como presidente, propus a mudança do nome em Assembleia Geral para Associação dos Oficiais - Assof, já que a legislação proíbe a sindicalização dos militares. O clube ficou como espaço de lazer e recreação dos associados da Assof, podendo também receber adesão de sócios civis apresentados por oficiais militares estaduais", explica o coronel.

O clube oferece uma vasta gama de opções de lazer, incluindo quadras esportivas, tênis, beachtennis, futevôlei, vôlei de areia, futebol, xadrez, natação, acrobacia em tecido, e muito mais. "Estamos planejando trazer vôlei de quadra e tênis de mesa. Temos destaque para aulas destinadas a crianças e adultos especiais, além de um espaço de recreação com churrasqueiras, sala de jogos, pista de caminhada e o renomado bar e restaurante 'Quiosque dos Guerreiros'", detalha o diretor.

Para o coronel Reno, o diferencial do Clube dos Oficiais é a preservação ambiental. O clube abriga uma nascente do Córrego dos Buritis, que recebe cuidados especiais desde a sua fundação e tem sido mantida ao longo dos anos.

(Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

"Temos um compromisso com a preservação da mata original das nascentes e nos orgulhamos de manter essa mentalidade e cuidado com o meio ambiente. Fazemos isso com muito carinho para garantir que ela se mantenha por muitos anos", ressalta.

O que antes era considerado o "fim de Goiânia" transformou-se em uma região privilegiada da Capital. “Há décadas, era um arrabalde. Hoje, o clube está localizado em uma área nobre, vizinho de instituições como o Clube de Engenharia, Inmetro, DNPM, Marinha do Brasil, Procuradoria Geral da República e Clube dos Subtenentes e Sargentos da PMGO e CBMGO."

Associado desde 1984, o coronel Reno expressa seu orgulho pela evolução do clube. "Frequento o Clube dos Oficiais há 40 anos e me sinto muito bem aqui. Muitas melhorias foram feitas para o conforto dos frequentadores, sem perder a essência de integração com o meio ambiente", conclui.