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Eleições 2014

Antônio Neto (PCB): "Eleição não muda nada, só luta popular muda realidade"

Senadoriável foi entrevistado pelo A Redação | 23.08.14 - 10:05 Antônio Neto (PCB): "Eleição não muda nada, só luta popular muda realidade" (Foto: Adriana Marinelli/A Redação)
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Na rodada de entrevistas com os candidatos a senador por Goiás, o jornal A Redação recebeu nesta quinta-feira (21/8) Antônio Neto (PCB), da Coligação Construindo o Poder Popular: Goiás para os Trabalhadores (PCB/PSTU).
 
Antônio falou sobre suas propostas, entre elas o fim do Senado. "Não achamos que tem necessidade de duas casas de lei. Entendemos que é um status quo de perpetuação do poder. É a velha lógica da política brasileira, da troca de favores. É nesse sentido que dizemos que a democracia é um jogo viciado."

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Confira os principais pontos abordados pelo candidato:
 
Campanha
"Nossas candidaturas são construídas coletivamente. Nós achamos que não existe democracia, mas queremos participar para expor nosso ponto, nossa discordância. Vou concorrer ao Senado para disputar e ser porta-voz dos movimento populares, das manifestações, greves. Então nossa prerrogativa é a transformação social hoje e a longo prazo." 
 
"Vou concorrer ao Senado para disputar e ser porta-voz dos movimento populares, das manifestações, greves."
 
"Defendemos esses grandes eixos: desmercantilização da vida, já que tudo se tornou um mercado; acabar com a concentração de riqueza; socialização da produção da vida, revertendo todas as privatizações e concessões que foram feitas até hoje; poder popular; e fim do Senado."
 
"A campanha para nós, é mais uma luta popular entre tantas outras como o os protestos na área de educação, da reforma agrária, transporte. Queremos chamar as pessoas a virem para a luta. Esse processo eleitoral do jeito que é organizado faz as coisas se manterem como estão. O que faz as coisas mudarem é o poder popular, que nós mesmos decidamos nossa vida. A eleição não muda nada, a luta popular que muda realidade. Nós vivemos uma pseudo democracia."
 
Poder popular
"Usando como exemplo o transporte, ao invés de ser gerido por empresas, defendemos o conselho popular para tomar as decisões, composto pelos próprios usuários. Defendemos mais democracia direta e menos democracia representativa. Chega de eleger alguém para decidir nossa vida." 
 
"Defendemos mais democracia direta e menos democracia representativa. Chega de eleger alguém para decidir nossa vida." 
 
"Propomos criar assembléias populares por bairros, local de moradia, de trabalho, estudo, com mandatos revogáveis se não estiverem atendendo às expectativas. Nessa mesma lógica, funcionaria a Assembléia, Câmara. Queremos distribuir o poder e a riqueza. Enquanto o poder estiver na mão de poucas pessoas, terá mais espaço para a corrupação. Questões estratégicas do país não podem estar na mão da iniciativa privada, tem que reestatizar com o controle popular."
 
Fim do Senado
"Não achamos que tem necessidade de duas casas de lei. No município temos a Câmara, no Estado temos a Assembleia, e em nível federal temos a Câmara e o Senado. Achamos que é um status quo de perpetuação do poder. A maioria dos senadores já tiveram cargos. O Senado foi criado em 1824, então é a-histórico, é a velha lógica da política brasileira, da troca de favores. É nesse sentido que dizemos que a democracia é um jogo viciado."
 
"Em 2010, 80% dos candidatos foram financiados por grandes setores empresariais, que obviamente visam o lucro. A eleição virou um jogo econômico, aí já começa o desequilíbrio, porque há grandes patrocínios empresariais. Os grandes grupos que patrocinam as campanhas são os beneficiados pelos programas governamentais."

"A carga de impostos no Brasil é alta, mas 63% é arcado pelo trabalhador, porque o desconto é feito diretamente na folha, enquanto os empresários que bancaram as campanhas dos mesmos velhos políticos profissionais têm isenção dos impostos. Queremos quebrar essa lógica viciada. Acreditamos que tudo isso que estamos falando é possível de ser feito."
 
Segurança pública
"Partimos do pressuposto de que segurança é prevenção do direito à vida. Os velhos políticos partem do princípio da repressão e a lógica é sempre aumentar o contingente policial. Se conseguirmos garantir que direitos básicos sejam respeitados de fato, já é uma forma de combater a questão da violência. Se resolve antes garantindo educação, saúde." 
 
"Uma proposta concreta é o fim da Polícia Militar, a sua desmilitarização. Defendemos uma polícia investigativa comunitária, que ela tenha relação com a comunidade fora da lógica militarizada, com cargos revogáveis. Nós achamos que essa lógica militarizada é uma herança da ditadura, é uma presença do militarismo muito forte na história brasileira. A PM é ostensiva, combate o crime, mas ao mesmo tempo ela combate os movimentos sociais." 
 
"Defendemos uma polícia investigativa comunitária, que ela tenha relação com a comunidade fora da lógica militarizada, com cargos revogáveis." 
 
"Defendemos também a descriminalização do usuário de drogas. Nós achamos que essa lógica da ilegalidade, do tráfico, contribui com o aumento da violência. Temos que acabar com esse discurso de guerra à pobreza, por trás da lógica da guerra às drogas, temos a guerra à pobreza. Vemos a morte de jovens negros, cadeias lotadas de negros e além da pobreza e miséria, poucos conseguem furar esse ciclo." 
 
"Vários candidatos defendem a redução da maioridade penal, nós somos contra. Estamos defendemos propostas mais progressistas."
 
"A lógica da direita é repressiva. Vários candidatos defendem a redução da maioridade penal, nós somos contra. Estamos defendemos propostas mais progressistas. Os neoliberais falam o tempo todo em estado mínimo, mas ele só é minimo para os pobres, e máximo para grandes empresários. Enquanto o poder econômico e o poder político estiverem se realimentando, as coisas não mudam. Por isso temos o velho problema da corrupção."
 
Pesquisas
"Temos boas expectativas de crescimento. Começaram as propagandas no rádio e televisão e estamos dando o nosso recado, que destoa da lógica da maioria. Estou surpreso de estar no quarto lugar, e isso é uma expressão de quem questiona a ordem como está. É um voto que reflete os protestos de 2013 e de 2014, reflete as lutas e o descontentamento popular nos últimos anos. E os velhos continuam fazendo política da mesma forma, como se nada tivesse acontecido."
 
Juventude
"Acredito na escola em tempo integral desde que não seja só para inglês ver. Falo com conhecimento porque trabalho na educação municipal. Várias escolas de tempo integral foram criadas a toque de caixa, sem planejamento, e dobrando o trabalho do professor sem a valorização salarial necessária. Não se deve criar só para fazer propaganda." 
 
"Defendemos acesso à cultura, esporte, lazer e educação. Investir em educação de qualidade passa por uma série de coisas, por isso propomos 10% do PIB nacional e royalties do petróleo para o setor, valorização da categoria e dos servidores administrativos, além da aprovação imediata do Plano Nacional de Educação."
 
Legislação eleitoral
"Propomos uma reforma eleitoral na lógica do poder popular. Achamos que tem que acabar com o voto obrigatório e somos contra o voto distrital, porque na nossa opinião despolitiza o debate, fica muito regional e esquece as questões nacionais. O grande problema dos partidos é que a maioria dos políticos tem a lógica de mudar de legenda como se troca de roupa."
 
"Achamos que tem que acabar com o voto obrigatório e somos contra o voto distrital, porque na nossa opinião despolitiza o debate, fica muito regional e esquece as questões nacionais."
 
"É preciso mudar o tempo de televisão na propaganda eleitoral, ser melhor dividido entre os partidos. O financiamento das campanhas pode acontecer, mas deve ser alterado, desde que seja justo e igualitário. Propomos que sejam feitos mais plebicitos nas questões mais importantes do país, que a decisão passe pela mão da população, que não fique só nas mãos dos políticos. Queremos criar maneiras e meios de cultivar o hábito de participação popular."
 
Internet e redes sociais
"Precisamos de estudo para ver de que forma a campanha nas redes sociais se reverte em votos, mas uma coisa é fato: revolucionaram a comunicação. "

"É um meio poderoso de sair da grande mídia, podem ser usadas para manifestações políticas, debates, manifestações. A internet é fundamental, principalmente porque é aberta e sabemos que a chamada TV aberta não é tão aberta assim, é manipulada por grupos econômicos. Todas a ferramentas e tecnologias são benéficas."

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