A Redação
Os três policiais envolvidos na morte do advogado Davi Sebba Ramalho, 38, serão encaminhados para uma avaliação psicológica. A informação é do corregedor e comandante de Correições e Disciplina da Polícia Militar, coronel Lorival Camargo. Davi morreu na noite de quinta-feira (5/7), no estacionamento do hipermercado Carrefour Sudoeste. Os policiais afirmam que ele estaria traficando drogas no local e teria reagido à abordagem policial.
Segundo o corregedor, os depoimentos dos policiais, colhidos no dia da ocorrência, são semelhantes ao de uma testemunha, que seria compradora da droga que Davi supostamente estaria vendendo. A testemunha disse em depoimento que foi se encontrar com Davi para comprar R$ 150 em maconha e que ele teria apontado uma arma para os policiais, quando houve a abordagem.
Os policiais do serviço de inteligência afirmam que foram ao estacionamento do hipermercado depois de receber orientações da Polícia Federal (PF). Segundo o coronel Camargo, a PF já fazia o monitoramento do suposto tráfico, por meio de áudios gravados, e teria enviado uma foto de Davi para os PMs, para que eles checassem a venda da droga.
“Nossa intenção é esclarecer os fatos da melhor forma possível. Ainda vamos ouvir outras pessoas, possivelmente funcionários do Carrefour”, afirmou o coronel.
O crime
No dia em que virou pai do primeiro filho, Davi morreu baleado após ser abordado por policiais militares. O fato ocorreu no estacionamento do hipermercado Carrefour Sudoeste, na avenida T-9, no setor Vila União, na noite desta quinta-feira (5/7), em Goiânia. O tiro que matou Davi foi disparado por um agente do Serviço de Inteligência da Polícia Militar (PM), cujo nome não foi divulgado.
Conforme a versão apresentada pela PM, Davi teria reagido à abordagem, quando foi baleado pelos agentes. Um revólver calibre 38, com número raspado, foi apresentado pelos policiais. A suspeita é de que haveria comercialização de drogas no local, mas a informação não foi confirmada e nenhum entorpecente foi encontrado em poder do advogado na noite do homicídio. Três dias depois da morte de Davi, um tablete de maconha foi encontrado no estacionamento por policiais. Familiares e amigos da vítima repudiam a versão de que o advogado estava armado e estaria comercializando drogas. Pessoas que estavam com ele momentos antes, alegam que Davi foi ao supermercado comprar mantimentos para passar a noite na maternidade, com o filho recém-nascido e a mulher.
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